OBAMA TROPEÇA NA RAPOSA E OS TUCANOS NAS OLIMPÍADAS

A equipe do presidente Barack Obama tem reclamado com insistência do procedimento do canal FOX de notícias. O porta-voz da presidência disse a vários jornalistas que Obama tem consciência que quando fala para a FOX fala para um veículo ligado ao partido Republicano. As queixas foram feitas a jornalistas da CNN, uma das principais redes concorrentes da FOX.

A preocupação da equipe presidencial passa pela deturpação das palavras de Obama, ou pela interpretação segundo o viés que a FOX representa. Se Obama disser que é azul, a FOX vai dar uma tonalidade diferente ao azul de Obama e acabar dizendo que é vermelho.

O principal apelo da FOX é o patriotismo. Aquele negócio de acordar, sair até o jardim hastear a bandeira dos EUA e depois então tomar café, ou breakfast em posição de sentido.

Mais ou menos como as declarações de alguns habitantes da cidade de Chicago no dia da escolha da cidade sede dos Jogos Olímpicos em 2016. A maioria lamentou que a cidade pudesse vir a ser escolhida e um dos entrevistados foi direto e objetivo: “essa gente vem de fora para cá, suja a cidade, rouba, emporcalha tudo, não ganhamos nada com isso, não precisamos disso”.

E talvez por isso Chicago tenha sido a primeiro a ser eliminada.

Presidentes como Hugo Chávez (Venezuela), Rafael Corrêa (Equador), Evo Morales (Bolívia), sabem muito bem o que significa esse tipo de comunicação. Chávez chegou a ser deposto e preso por quase quatro dias por conta de um golpe armado por esse tipo de mídia. Gerou um documentário fundamental para que se possa compreender o que significa uma REDE GLOBO: “A revolução não será televisionada”. Toda a mentira do golpe contada em imagens reais e ao final a volta ao poder do presidente.

À época em que não renovou a concessão de um dos principais canais privados da Venezuela por lhe atribuir caráter golpista e disseminador de mentiras foi censurado pelo governo dos EUA. Liberdade de imprensa, “exigiam” os norte-americanos.

Pimenta desde que nos olhos dos outros é uma beleza.

O governador do antigo estado de São Paulo, hoje condado FIESP/DASLU (e com um pé no socialismo através de Paulo Skaf), mostra-se preocupado com a perspectiva de uma vitória da candidata Dilma Roussef no Rio de Janeiro no chamado “efeito Olimpíadas”. Serra corre o risco de ficar sem palanque no Rio, ou seja, sem forças expressivas que apóiem sua candidatura.

É que Fernando Gabeira, paladino da moralidade que financia o site da antiga namorada, hoje companheira com verba pública, candidato favorito do tucano ao governo do Estado do Rio, resolveu desistir. As chances são mínimas e Gabeira vai tentar o Senado. Ele e César Maia. Pobre Rio.

O tamanho de uma eventual vitória de Dilma é que preocupa Serra.

Na avaliação dos tucanos só a GLOBO e os chamados grandes veículos de comunicação não serão suficientes para garantir votação expressiva ao candidato no Rio.

Por mais mentiras que preguem, por mais notícias que deturpem, por mais que William Bonner ache que o telespectador é idiota. Por mais pesquisa que o IBOPE monte e falseie.

bessinha

Da mesma forma que nos EUA Obama estuda meios de neutralizar a ação da FOX, Serra por aqui estuda meios de poder cumprir o papel que lhe foi dado pelos patrões, no caso a Fundação Ford. Faz parte do complexo FOX.

Em jogo o resto que falta vender do País, agora muito mais valioso com a descoberta do petróleo do pré-sal. O trabalho perfeito de Bessinha é uma espécie de organograma do esquema. A águia do “in God we trust”, o “plim plim” e a faixa da turma FIESP/DASLU. O “in God we trust” deles é o mercado, Wall Street.

Há quem diga que Serra cogita desistir se perceber que a coisa não vai ser com garantia plena e absoluta de vitória e tente de novo reeleger-se em São Paulo. O que resta do condado acaba, exceto, lógico, o que for área FIESP/DASLU.

Gabeira vai acabar de tanga, modelo nas passarelas fashions do condado. Lembrando os tempos que viajava para o Uruguai por conta da Shell.

A Conferência Nacional de Comunicação está marcada para dezembro deste ano e pretende discutir o modelo brasileiro. Na Argentina já começaram a refazer esse desenho buscando formas de eliminar o monopólio da “verdade”.

Permitir que o cidadão comum tome conhecimento dos fatos como eles o são e não a partir do que pensa William Bonner ou Alexandre Garcia, pior, Míriam Leitão que matou milhões que não morreram com a gripe suína e de quebra quebrou um monte de empresas brasileiras que não quebraram no afã de aumentar o cacife junto aos patrões.

Eleições não vão mudar a realidade do País. O modelo está falido. Mas qualquer retrocesso nesse campo será sempre retrocesso. E retrocesso é retrocesso.

Redesenhar o modelo de comunicação no Brasil (rádio, tevês, jornais, revistas principalmente) é o desafio maior que as forças populares têm pela frente para romper com essa rede de pastelaria que vende vento todos os dias em função de interesses criminosos e antinacionais que representa.

Um modelo que permita a descoberta da latinidade do Brasil em sua inteireza. Isso passa por colocar fim à concentração de veículos de comunicação em poder de algumas famílias e todas elas dentro do esquema semelhante ao esquema FOX.

A percepção que na batida que vamos, em pouco tempo o JORNAL NACIONAL estará sendo apresentado em inglês para cidadãos colonizados e transformados em robôs/consumidores.

Obama, por exemplo, não tem o problema nessa dimensão. Norte-americanos têm hábito de criar jacarés dentro de casa e são pelo menos duzentos os programas especializados em crocodilos. Já incorporaram o espírito Homer Simpson faz tempo.

Acham que estão promovendo a paz e a liberdade no Afeganistão e que o Irã é o caminho do mal.

Lá o negócio é outro, mas também rola por aqui. Querem o Estado privatizado. No nosso caso, privatizado e colonizado.

Nós, os brasileiros, tropeçamos é em Ana Maria Braga, que acha que flor é fauna e onça é flora. Educamos nossos filhos a partir de Xuxa.

Por isso não percebemos, por exemplo, a barbárie que acontece em Honduras contra o povo daquele país. Nem que a demonização de figuras como Chávez passa por vender a idéia de que os anjos chegam de Washington vestidos de empresários ajudadores, anjos de guarda, em alguns lugares carregando mochilas verdes e fardados de marines, apelidados de “nossos rapazes”.

Os crimes que foram cometidos com a privatização da VALE, o fim do monopólio estatal do petróleo. O avanço das companhias estrangeiras sobre o pré-sal.

O mundo de FOX daqui não deixa e nem fala nisso. Só criou um “demônio” para nos aterrorizar. Transformou a luta de camponeses por terra em crime e silencia sobre os roubos e a barbárie dos senhores de escravos, os latifundiários.

No caso de Obama, ele deveria chamar o pessoal da FOX até a cervejaria Casa Branca e servir quitutes especiais além da cerveja. Essa gente adora isso e Millôr Fernandes é preciso quando diz que “a corrupção começa no cafezinho”.

Aqui a luta é outra. Passa por conhecer esses gigantes da mentira e enfrentá-los antes que nos transformem em Brazil.

E essa não é uma luta que vá ser travada com luvas de pelicas.